As perturbações de saúde mental na primeira infância referem-se a condições que afetam o desenvolvimento emocional e comportamental de crianças desde o nascimento até os seis anos de idade.
O período entre o nascimento e a entrada na escola primária é, habitualmente, considerado feliz e sem preocupações, pelo que para a maioria das pessoas é surpreendente saber que um número significativo de bebés e crianças sofrem de doença mental relevante.
O diagnóstico de perturbações de saúde mental em crianças muito pequenas pode ser desafiador, uma vez que ainda estão em processo de desenvolvimento e podem expressar suas necessidades e emoções de maneiras diferentes.
A maioria destas perturbações têm impacto no desenvolvimento da criança, tornando-as também mais vulneráveis a vir a sofrer de doenças mentais na adolescência ou vida adulta.
Nesta faixa etária, as crianças não possuem as mesmas competências cognitivas, emocionais e verbais que as crianças mais crescidas ou os adolescentes, pelo que a família é um alicerce fundamental para o diagnóstico e posterior tratamento.
Atualmente, os pais passam os dias a correr, têm cada vez mais dias mais longos de trabalho e menos tempo para a família. Chegam cansados, por vezes sem ter uma noite seguida de sono há meses e cuidar de um bebé/criança mais exigente, aumenta inevitavelmente os níveis de ansiedade dos adultos que moram em casa, o que se transmite, involuntariamente, para os mais pequenos, aumentando por sua vez os problemas iniciais das crianças.
Muitos destes desafios podem ser superados com intervenções precoces e apoio adequado. Os pais, cuidadores e profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais de dificuldades emocionais e comportamentais nas crianças pequenas e procurar ajuda profissional quando necessário.
Intervenções, como terapia infantil e aconselhamento parental, podem ser cruciais para promover o bem-estar emocional na primeira infância.
Vera Carnapete – Psicóloga Clinica e da Saúde/ Terapeuta Sexual CP 956