A escoliose é o nome dado a uma alteração tridimensional do normal alinhamento da coluna e visualmente caracteriza-se pela presença de uma ou mais curvaturas.
A escoliose é a deformidade da coluna mais comum nos adolescentes, tendo uma prevalência de 2% a 4% nos jovens entre os 10 e os 16 anos, sendo mais comum no sexo feminino (70% dos casos). Desta forma, é importante estar atento aos sinais do corpo.
A escoliose primária ou idiopática, é a mais frequente, estando presente em 80% dos casos, tendo esta uma origem multifatorial e pode apresentar um componente genético. Divide-se consoante a idade do seu aparecimento: a escoliose infantil ocorre antes dos 3 anos, a escoliose juvenil ocorre entre os 5 e os 9 anos, a escoliose adolescente ocorre entre os 10 e os 18 anos, e a escoliose adulta ocorre após os 18 anos.
A escoliose secundária ou sindrómica, ocorre em 20% dos casos, estando por norma associada a outras doenças, que podem ser congénitas, neuromusculares ou adquiridas.
A escoliose primária ou idiopática, tem esta uma origem multifatorial e pode apresentar um componente genético.
A escoliose secundária está por norma associada a outras doenças, que podem ser congénitas, neuromusculares ou adquiridas.
Os sinais e sintomas da escoliose caracterizam-se por dor na coluna, principalmente dor ao movimento ou em posturas mantidas, diminuição da mobilidade, alteração da biomecânica e deformidade da coluna.
Nos casos mais severos ao acompanhar os sintomas pode existir alteração degenerativa da coluna, disfunção respiratória e alterações cardíacas.
Uma escoliose severa pode ser limitante nas Atividades da Vida Diária, em especial pode influenciar e restringir a vida social.
É importante ter em atenção que esta condição pode ter um impacto não apenas físico, mas também psicológico, podendo existir percepções negativas na autoimagem e no autoconceito. Neste caso, deve ser realizado um acompanhamento com um psicólogo.
Como forma de despistar esta a escoliose, é realizado através de exame físico, o teste de Adams, onde se pede inclinação do tronco à frente. Este teste expressa clinicamente a presença de rotação vertebral, observando-se uma posteriorização da grelha costal no lado convexo da curva e uma depressão da mesma no lado côncavo.
No entanto, de forma a diagnosticar e graduar a presença desta patologia, realiza-se uma radiografia, onde é avaliado o ângulo de Cobb e são de importância clínica as curvaturas superiores a 10 graus neste exame.
O ângulo de Cobb ajuda-nos a monitorizar o estado do utente. Uma escoliose é considerada ligeira quando o ângulo se encontra entre os 10 e os 25 graus, moderada entre os 25 e os 40 graus, e grave quando o ângulo é superior a 40 graus.
O tratamento realizado dependerá da magnitude da curva (ângulo de Cobb) e da sua maturidade esquelética, ou seja, caso o adolescente ainda esteja em fase de crescimento (imaturidade esquelética), existe maior risco de progressão da curva.
Quando o ângulo de Cobb é inferior a 25 graus, recomenda-se Fisioterapia, onde se realizará Exercícios Específicos para Escoliose, com o objetivo de melhorar a flexibilidade, a mobilidade da coluna, a força muscular, a função pulmonar, o equilíbrio e a propriocepção (consciência corporal).
Os Exercícios Específicos para Escoliose têm vindo a evoluir ao longo dos últimos anos, começando a existir estudos que comprovam a eficácia de diferentes métodos: o Método de Reeducação Postural Global (RPG), o Método de Schroth, a Terapia Individual Funcional da Escoliose (FITS), Abordagem de Exercícios Científicos para Escoliose (SEAS), Método de Dobomed, Método de Side-Shift e Método de Lyon.
Dentro destes diferentes métodos, pretendemos destacar a Reeducação Postural Global (RPG). Este método utilizado por fisioterapeutas é realizado de forma individual, através de posturas mantidas por longos períodos de tempo, provocando um alongamento ativo dos músculos estáticos e antigravíticos.
É importante desmistificar que o exercício físico pode ter um efeito benéfico no tratamento da escoliose, nomeadamente desportos que envolvam uma melhoria da flexibilidade, fortalecimento muscular e propriocepção. Desta forma, o jovem não deve parar abruptamente a sua atividade desportiva sem ser seguido clinicamente, pois parar a sua atividade física pode contribuir para uma fraqueza da musculatura e um aumento da curvatura.
Quando a escoliose apresenta uma magnitude superior a 25 graus é aconselhada a utilização de um colete, sendo que o objetivo do colete é apenas evitar a progressão da curva escoliótica. Existem diferentes tipos de coletes, dos quais destacamos os coletes TLSO (toracolombosacro) e o colete de Milwaukee, dependendo da situação, pode ser usado em regime completo (22h/dia) ou em regime parcial (18h/dia).
O objetivo do colete é evitar a cirurgia. A cirurgia apenas deve ocorrer em último recurso, ou em escolioses superiores a 40 graus, que não tenham resultado em tratamento conversador.
A cirurgia deve então ser o último recurso, o nosso objetivo é evitar que esta ocorra!
Iremos realizar a nossa avaliação, analisar o seu caso e definir consigo os objetivos, bem como qual a melhor forma para os atingir. Realizaremos um tratamento especializado a adequado a si, de forma a melhorar a sua qualidade de vida.