O nervo ciático é o maior nervo do corpo humano! Tem origem na coluna lombar e desce pela nádega, perna e pé. Este nervo, tem a função importante de permitir que as nossas pernas se movam!
A dor ciática é provocada por uma irritação, compressão das raízes do nervo ciático ou por outro tipo de dano no nervo. É portanto, uma forma comum de descrever uma dor irradiada pela perna.
Estudos apontam que esta dor afeta aproximadamente 25% da população mundial!
As principais causas da dor ciática são:
– Compressão ou irritação da raiz nervosa por protusão ou hérnia discal (causa mais comum);
– Estenose (ou estreitamento) do canal medular;
– Condições osteodegenerativas, como “bicos de papagaio” (osteófitos) e artroses lombares;
– Compressões do nervo ao longo do membro inferior por alterações musculares (por exemplo, síndrome do piramidal);
– Alterações inflamatórias articulares (por exemplo, uma sacroilite).
Os principais sintomas de dor no nervo ciático são:
Para fazer um diagnóstico de dor ciática, é preciso combinar informações do histórico do paciente e realizar um exame clínico neurológico apropriado. Pode haver necessidade da realização de exames complementares, como radiografias, tomografia axial computadorizada (TAC) e ressonância magnética da coluna lombar, para se obterem imagens rigorosas da coluna vertebral, dos nervos e das possíveis lesões que causam a dor ciática.
Normalmente, a maioria dos casos com dor ciática, resolvem-se num período compreendido entre 4 a 6 semanas, contudo em alguns casos o tempo de recuperação poderá ser maior.
A cirurgia só é indicada quando a dor se torna incapacitante e o tratamento conservador se torna incapaz de a resolver em tempo aceitável. Outro sinal grave e preditivo de cirurgia é a perda de controlo urinário e fecal, ou quando a força muscular da perna tende a manter-se gravemente afetada.
Apesar da cirurgia ser uma solução viável nos casos acima mencionados, estudos indicam que ao fim de 5 anos, a dor na coluna, bem como a dor irradiada pelas pernas, podem recidivar.
É imprescindível que exista a avaliação por um médico especialista, antes de qualquer decisão.
É importante salientar o papel da fisioterapia como uma das principais abordagens conservadoras de tratamento da dor ciática, que deverá ser iniciada o quanto antes.
Numa primeira fase, é necessária uma avaliação rigorosa para identificar o que está a causar a dor ciática. A fase seguinte passa pela intervenção, onde o fisioterapeuta trata défices de mobilidade articular, retrações musculares ou fasciais e a mobilidade neural que estão implícitos na dor.
É importante incluir no plano de tratamento, exercício adequado à situação de saúde do utente, desmitificando a ideia de que o repouso absoluto é a melhor solução. Afinal de contas, restaurar força e mobilidade corporal são os principais objetivos para que o utente volte a ter qualidade de vida.
Poderá ainda ser necessário em alguns casos, complementar a fisioterapia com a toma de medicação adequada e prescrita por um médico, para ajudar a controlar a dor.
Como devo prevenir o (RE)aparecimento da dor ciática?
A resposta é a tal velha conhecida de toda a gente: manter um estilo de vida saudável!
Entende-se por estilo de vida saudável, a prática de exercício físico orientada e adequada ao utente, bem como uma alimentação regrada, sono regulado e níveis de stress reduzidos.
E, se não tiver tempo, convide um amigo e opte por fazer uma caminhada diária, dentro do que lhe for confortável.
Não existem caminhos fáceis ou segredos. Existe trabalho diário e autocuidado, para que estas situações de dor não se voltem novamente a produzir.
Carina Martins, Fisioterapeuta
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