Já ouviu falar de esporão do calcâneo? Ou espigão? Tem dor a caminhar? Tem dor no calcanhar ou na planta do pé?
Então leia este artigo até ao fim, irá interessá-lo!
O esporão do calcâneo caracteriza-se por um crescimento anormal de osso na região inferior do calcanhar, comportando-se como um prolongamento do próprio osso, a que se dá o nome de esporão.
Estima-se que cerca de 11% da população tenha uma imagem na radiografia de esporão do calcâneo, no entanto nem sempre associada a dor. Com o avançar da idade, a prevalência desta alteração aumenta, estimando-se que cerca de 40% dos idosos tenham esporão do calcâneo.
Os sinais e sintomas desta lesão caraterizam-se por dor intensa no calcanhar, tanto ao toque como ao apoiar o peso do corpo sobre os pés, principalmente durante os primeiros passos. Esta dor alivia com o repouso e piora com o movimento, principalmente ao caminhar e ao subir/descer escadas. Por vezes, em alguns casos, pode também existir edema na região.
Este crescimento anormal de osso por norma está associado a uma tração excessiva da fáscia plantar sobre o calcanhar. A fáscia plantar é um tecido espesso que se origina no calcanhar, cobrindo a planta do pé até aos dedos.
Na maioria dos casos, a retração muscular ou uma contratura da fáscia plantar podem contribuir para o aparecimento de esporões do calcâneo.
Esta lesão pode ser associada a alguns fatores de risco como: o uso de calçado inadequado, excesso de peso, permanecer longos períodos em pé, alteração da arcada plantar, diminuição da mobilidade do pé, tensão muscular na fáscia plantar e gémeos, alteração da marcha, dismetria (presença de uma perna mais curta que a outra), e realizar movimentos repetitivos em atividades físicas.
O diagnóstico de esporão do calcâneo pode realizado através de exame clínico, onde iremos analisar a sua história clínica e avaliar o seu pé, no entanto, a confirmação do diagnóstico é feita através de imagiologia, sendo o método mais frequente através da realização de uma radiografia.
É importante perceber que o tratamento conservador não vai tratar o esporão do calcâneo, este irá continuar lá, no entanto o nosso objetivo é atuar nos sintomas, de forma que este se torne assintomático e que possa continuar a fazer a sua vida de forma normal, sem dor.
Os estudos referem que o tratamento conservador adequado passa por, numa fase inicial, realizar um controlo dos sinais inflamatórios e aliviar a sintomatologia. Para que isto seja possível, iremos promover o alongamento da fáscia plantar, dos gémeos e da restante musculatura da parte de trás de coxa e perna, bem como aumentar a mobilidade da tibiotársica e do pé.
Numa segunda fase, será importante realizar fortalecimento muscular adequado a si, através de exercícios de fortalecimento da musculatura intrínseca do pé e exercícios de fortalecimento dos gémeos, com o objetivo de restaurar a estabilidade do arco plantar e devolver a função e o movimento normal do corpo.
Em alguns casos, de forma a reduzir o risco de recidiva da lesão, poderá ser necessário a utilização de palmilha, com o objetivo de melhorar a estabilidade do seu arco plantar.
Apenas quando o tratamento conservador não surtiu efeito é que deve ser ponderada a realização de cirurgia de forma a remover o esporão do calcâneo. O nosso objetivo é evitar a cirurgia e devolver-lhe a sua qualidade de vida.
Vamos preparar um plano de reabilitação adequado a si, preparando as estruturas para o stress mecânico que advém do seu dia-a-dia.
Ainda tem dúvidas? Nós podemos ajudar, marque a sua consulta!
Ana Carolina Oliveira, Fisioterapeuta, OF 2712