Tem dor intensa no ombro após uma luxação?
Sabia que podemos ajudar?
Leia este artigo até ao fim, irá interessá-lo!
Uma luxação é o nome dado a um deslocamento ósseo.
Ocorre quando os ossos que compõem a articulação deixam de ter contacto entre si, “saindo do sítio”.
A luxação da glenoumeral ou luxação do ombro é a mais frequente. O ombro é uma articulação composta pela junção do úmero, escápula e clavícula sendo, a estabilidade deste conjunto de articulações fornecida por ligamentos, tendões e músculos ao seu redor.
A luxação da glenoumeral pode ser parcial ou total, o que acontece é que o úmero sai da cavidade glenóide onde articula, sendo que 90% das luxações do ombro são anteriores, ou seja, o ombro sai para a frente.
A luxação do ombro pode ser pura ou por vezes acompanhada de fratura da cabeça do úmero ou fratura da cavidade glenóide, o que torna o processo de recuperação mais complicado, pois podem existir danos vasculares ou neurológicos que devem ser tidos em conta.
A luxação da glenoumeral é cada vez mais frequente, sendo um problema que afeta cerca de 1 a 2% da população em geral, no entanto este valor aumenta nos adultos, afetando 3 vezes mais os homens do que as mulheres.
É interessante constatar que em 95% dos casos esta lesão ocorre após um traumatismo, estando associado a acidentes de viação, quedas, ou atividades desportivas de contacto e alto impacto.
Existem alguns fatores de risco a ter em conta como: a anatomia do ombro, pessoas que tenham laxidão ligamentar ou estrutura óssea predisponente; fraqueza muscular, ou desequilíbrios musculares ao redor da articulação do ombro; participação em atividades de alto impacto ou desportos de contato (futebol, basquetebol, rugby, artes marciais); lesões traumáticas, como quedas diretas sobre o ombro ou impactos fortes na articulação; idade, com maior incidência entre adolescentes e adultos atletas, bem como população acima dos 65 anos com fraqueza muscular e risco de quedas; histórico prévio de luxação ou instabilidade do ombro; doenças que afetam as articulações.
Os sinais e sintomas da luxação do ombro caracterizam-se por: dor muito intensa no ombro afetado, sendo possível observar uma deformidade da articulação, é frequente existir edema, inchaço na região, e dificuldade ou incapacidade em mexer o braço.
Além disso, é possível observar instabilidade da articulação e a pessoa sente que algo está “fora do sítio”.
O diagnóstico da luxação do ombro pode ser realizado através de exame clínico, onde observar a estrutura e saber o mecanismo de lesão podem ser suficientes.
Por norma é realizado um Raio-X de forma a perceber se houve fratura, para despiste de lesão de Hill Sachs ou lesão de Bankart. Em alguns casos, pode ser necessário a realização de Ressonância Magnética para avaliar danos nos tecidos moles.
O importante é atuar o mais precoce possível, assim que existe a luxação, é necessário reposicionar a articulação o mais célere possível de forma a evitar danos maiores sobre as restantes estruturas como ligamentos e tendões. Caso não exista médico no local, deve deslocar-se imediatamente ao hospital, de forma a reposicionar a estrutura.
Uma vez que a estrutura foi observada pelo médico, deverá seguir todas as suas indicações. Caso necessário, o ortopedista poderá imobilizar a sua articulação, com o objetivo de promover o alívio da dor e a regeneração tecidular.
O tempo de imobilização varia de acordo com a gravidade da luxação e se ocorreu danos nos músculos, nervos ou vasos sanguíneos da região, por vezes quando a lesão é extensa pode ser necessário realizar intervenção cirúrgica.
Após esta fase, a Fisioterapia será importante para si.
Tendo em conta que a percentagem de recidiva desta lesão, em jovens com menos de 20 anos é de 90%, de forma a evitar que esta ocorra, é muito importante saber que gestos deve evitar no seu dia a dia. Não se preocupe, nós iremos ensinar-lhe tudo.
Nesta fase inicial, deve evitar realizar gestos que impliquem rotação externa do ombro (como pentear o cabelo) além disso deve evitar pegar em pesos, parar temporariamente a atividade desportiva e não deve repetir o movimento específico que causou a luxação da articulação.
Os estudos referem que o tratamento conservador adequado passa por, numa fase inicial, realizar um controlo dos sinais inflamatórios, ou seja, diminuir a dor e inflamação. Tendo em conta que a articulação esteve imobilizada, é igualmente importante evitar rigidez articular.
Vamos ajudá-lo a realizar pequenos movimentos com o seu ombro, de forma a restaurar a sua mobilidade e melhorar a amplitude de movimento, começando por realizar movimentos passivos e evoluindo para movimentos ativos.
Numa segunda fase, será importante realizar fortalecimento muscular. O nosso objetivo é devolver a função e o movimento normal do corpo, dando especial atenção aos músculos da coifa dos rotadores e aos músculos estabilizadores da escápula, para que possa voltar a realizar o seu dia a dia, sem dor.
É igualmente importante o trabalho de estabilidade e propriocepção do ombro, ou seja, iremos trabalhar o seu ombro a nível ligamentar, com o objetivo de reduzir a instabilidade e prevenir uma recidiva.
Caso retome à modalidade demasiado cedo, sem um trabalho de estabilidade do ombro adequado, o risco de recidiva é bastante elevado, podendo ocorrer novas luxações do mesmo ombro, quando isto acontece de forma frequente é necessário intervenção cirúrgica. O nosso objetivo é evitar que a cirurgia ocorra!
Vamos preparar um plano de reabilitação adequado a si, de forma a melhorar a sua capacidade funcional.
Ainda tem dúvidas? Nós podemos ajudar, marque a sua consulta!
Ana Carolina Oliveira, Fisioterapeuta, OF 2712