A síndrome do túnel do tarso é um problema que afeta cerca de 2 a 4% da população em geral, no entanto este valor aumenta para 8% em pessoas acima dos 55 anos, afetando mais as mulheres do que os homens.
Tem ardor ou sensação de formigueiro na região interna do tornozelo e na planta do pé?
Sabia que podemos ajudar?
Leia este artigo até ao fim, irá interessá-lo!
O túnel do tarso localiza-se na região do tornozelo.
É o nome dado a uma passagem estreita formada entre dois ossos do tornozelo (maléolo interno e o calcâneo) e um ligamento, nesse espaço encontramos: o nervo tibial, a artéria e a veia tibial posterior, o tendão do tibial posterior, o tendão do flexor longo dos dedos e o tendão do flexor do hálux.
A síndrome do túnel do tarso é o nome dado a um constrangimento que origina uma compressão do nervo tibial. Como curiosidade, fica a saber que o nervo tibial se bifurca ao nível do túnel do tarso, ramificando-se em nervo plantar medial, nervo plantar lateral e nervo calcâneo medial. É interessante constatar que 5% das pessoas têm uma alteração anatómica, onde o nervo tibial se ramifica acima do túnel do tarso.
Os sinais e sintomas da síndrome do túnel do tarso caracterizam-se por: dor aguda ou latejante, em volta do tornozelo ou arco plantar, sendo a dor pior durante a noite; sensação de formigueiro ou dormência na parte inferior do pé; alteração da sensibilidade; fraqueza da musculatura do pé, por vezes com dificuldade a movimentar o 1º dedo do pé; edema e calor na área afetada. Estes sintomas por norma melhoram com o repouso e tendem a agravar com a atividade física.
A síndrome do túnel do tarso pode ser associada a alguns fatores de risco como:
Algumas grávidas podem experienciar a síndrome durante a gravidez devido à mudança do corpo.
O diagnóstico da síndrome do túnel do tarso pode ser realizado através de exame clínico, onde iremos avaliar a sua história clínica, a sua sensibilidade e a força muscular de forma a perceber em concreto a origem dos seus sintomas. De forma a recriar a compressão nervosa, poderemos realizar o sinal de Tinel e realizar flexão dorsal com eversão da tibiotársica, para perceber se despoleta os sintomas.
Pode ser necessário realizar alguns exames complementares de diagnóstico como a Ecografia ou a Ressonância Magnética para confirmação do diagnóstico, ou para descartar outras causas para os sintomas, nomeadamente Neuroma de Morton ou Fascite Plantar podem originar sintomas semelhantes.
Tendo em conta a importância de um diagnóstico diferencial, deve despistar-se se a compressão do nervo ocorre no túnel do tarso ou se ocorre num nível proximal, acima do túnel do tarso. Normalmente é mais comum ocorrer na coluna lombar (L4 – L5) e ao nível do sacro (S1). De forma a confirmar o diagnóstico, a realização de uma Eletromiografia pode ser uma forma de realizar um estudo à sua condução nervosa e identificar as áreas de compressão.
Os estudos referem que o tratamento conservador adequado passa por, numa fase inicial, realizar um controlo dos sinais inflamatórios, ou seja, reduzir a dor e aliviar as forças compressivas sobre o nervo tibial. Para que isto seja possível, iremos identificar as causas e tentar atuar sobre estas, promovendo um alongamento da musculatura posterior da perna, e aumentar a amplitude de movimento da tibiotársica, através de técnicas de terapia manual, libertação miofascial e exercícios de neuromobilidade.
Numa segunda fase, será importante realizar fortalecimento muscular. O nosso objetivo é devolver a função e o movimento normal do corpo, para que não exista nova recidiva.
Quando estamos perante uma alteração mecânica, a kinesio tape ou uma ligadura funcional poderão ajudar no tratamento, no entanto quando estas medidas não surtem efeito, pode ser necessário usar uma CAM boot (bota usada para o Controlo do Movimento do Tornozelo, ajudando a estabilizar a articulação) para reduzir a tensão sobre a região e aliviar a compressão sobre o nervo.
Na presença de quisto sinovial, os estudos referem que pode ser benéfico a aspiração e injeção de corticosteróides, através de um procedimento médico ecoguiado.
Apenas quando todas as medidas conservadoras falham é que se deve ponderar cirurgia.
Vamos preparar um plano de reabilitação adequado a si, de forma a melhorar a sua capacidade funcional.
Ainda tem dúvidas? Nós podemos ajudar, marque a sua consulta!
Ana Carolina Oliveira, Fisioterapeuta, OF 2712