Já ouviu falar do famoso túnel cárpico? Tem dormência na mão? Esta sensação é constante e já lhe aconteceu deixar cair objetos?
O Túnel Cárpico localiza-se na palma da mão, ao nível do punho.
É um túnel que passa por baixo do ligamento transverso do carpo e neste espaço encontramos: o nervo mediado, vasos sanguíneos e tendões flexores dos dedos.
A Síndrome do Túnel Cárpico , quando o ligamento transverso do carpo, aumenta a sua tensão, provocando uma compressão do túnel cárpico, que consequentemente resulta na compressão e irritação do nervo mediano.
Na maioria dos casos a causa é idiopática, no entanto esta síndrome pode também ser associada a fatores secundários (traumatismos, condições metabólicas, infeções, neuropatias e outros distúrbios sistémicos).
A síndrome do túnel cárpico tem uma prevalência de 5% na população mundial, sendo mais frequente entre os 40 e os 60 anos de idade. No entanto, a prevalência desta lesão aumenta para 15 a 20 % em trabalhadores que realizam movimentos repetitivos utilizando as mãos e dedos, sendo este o maior fator de risco que contribui para a ocorrência desta lesão.
Assim sendo, é importante estar atento aos sinais do corpo!
Os sinais e sintomas desta lesão caraterizam-se por uma dormência, formigueiro, diminuição da sensibilidade da mão e dor. A dor ocorre primeiramente na região do pulso, irradiando para os dedos, afetando principalmente o dedo indicador e o dedo médio, sendo que mais tarde pode irradiar para o antebraço. É muito comum existir uma diminuição da força de preensão, ou seja, existe uma fraqueza da mão e pulso, ocorrendo por vezes a pessoa deixar cair objetos da mão, afetando, desta forma, as suas Atividades da Vida Diária.
O diagnóstico da síndrome do túnel cárpico pode ser realizado através de exame clínico, para tal iremos analisar a sua história clínica e fazer um conjunto de testes, onde daremos destaque ao teste de Tinel, ao Teste de Phalen e ao Teste de Durkan. A confirmação do diagnóstico pode ser realizada por eletromiografia, onde será avaliada a velocidade de condução nervosa do nervo mediano.
Os estudos referem que o tratamento adequado passa por, numa fase inicial, realizar um controlo dos sinais inflamatórios e aliviar a sintomatologia. Para tal iremos promover o alongamento das estruturas, realizar terapia manual de forma a melhorar a função e os sintomas, bem como exercícios de neuro dinâmica de forma a melhorar a mobilidade nervosa.
Numa segunda fase, iremos realizar um fortalecimento muscular adequado a si, de forma a restaurar a função e o movimento normal do corpo, preparando as estruturas para o stress mecânico que advém do seu emprego, de forma que seja capaz de realizar todas as suas Atividades da Vida Diária.
Apenas quando o tratamento conservador não surtiu resultados, em casos mais graves, deve ser ponderado o tratamento cirúrgico. A decisão de recorrer a cirurgia carece de avaliação clínica, sendo importante ter em conta a qualidade de vida do utente. A cirurgia deve então ser o último recurso, o nosso objetivo é evitar que esta ocorra.
De que estás à espera? Marque a sua consulta!
Ana Carolina Oliveira, Fisioterapeuta
Bibliografia: